Jovens Jornalistas participam do Seminário do PNUD sobre a localização dos ODS no Brasil

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Por Eliésio Moraes, Juliana Carmo e Victor Hugo

“Diálogos sobre o Planeta: Parcerias para o Desenvolvimento Sustentável” foi o tema do seminário que foi realizado na terça-feira (4/10) no auditório de Furnas, no Rio de Janeiro. Promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o evento promoveu entre aproximadamente 200 pessoas, incluindo representantes do governo, sociedade civil, setor privado, mídia e academia, debates focados no eixo Planeta da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
O Diretor-Presidente de Furnas, Ricardo Medeiros, o Diretor de País do PNUD no Brasil, Didier Trebucq, o Assessor do Governo do Rio de Janeiro, Pedro Spadale, o Secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Guilherme Syrkis, e a Diretora Adjunta do Centro RIO+ do PNUD, Layla Saad, abriram a cerimônia, precedidos pelo discurso de Everton Lucero, do Ministério do Meio Ambiente.
Lucero falou sobre a liderança do Brasil na Agenda 2030 e na implementação do Acordo de Paris do Clima, em que o Brasil, ao lado de 195 países, se comprometeu a reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 43% até 2030. “Nós sabemos que o problema é global, que nós não vamos resolver o problema do país ou do estado apenas tomando ações de indicações locais, mas a contribuição para problema global, no contexto que nós estamos operando, nos entendemos que atrairá a atenção do mundo em investimentos de desenvolvimento para um novo patamar”, disse ele.
O ponto mais alto do evento foi a assinatura do acordo entre o PNUD e Furnas, que marca a continuidade de uma parceria que já existe há quatro anos, para apoiar a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Para Trebucq, é fundamental contar com o apoio das empresas de iniciativa privada. “As ODS são uma iniciativa muito mais ambiciosa do que os ODM, precisamos do apoio de parceria dos nossos setores, não somente do governo, mas da sociedade em si e do setor privado”.
O seminário foi dividido em dois painéis, o primeiro foi voltado para os Desafios Globais, aberto por Rose Diegues, do PNUD, onde ela levantou a contribuição do Programa para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil no eixo Planeta. Em seguida, Alexandre Tofeti, da Agência Nacional de Águas, levantou as suas expectativas sobre Fórum Mundial da Água, que chega a sua oitava edição e terá como sede, pela primeira vez, o Brasil. “Compartilhando Água” será o tema desse ano.
Depois da Oficial de Programa do PNUD, Ieva Lazareviciute, ter promovido um diálogo com o setor extrativo para o desenvolvimento sustentável, o conselheiro do Presidente do C40, Rodrigo Rosa, mostrou os desafios que o grupo tem enfrentado para combater as mudanças climáticas que vem acontecendo. O Inter-American Development Bank e a Agência Internacional de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável são parceiros do C40 e, juntos, eles têm investido amplamente em edifícios verdes, meios de transporte alternativos e criação de ciclovias, no intuito de reduzir o consumo de água e energia. Este trabalho é totalmente voltado para o ODS 11, Cidades e Comunidades Sustentáveis.
O segundo painel, que trata dos Desafios Locais, foi aberto pelo Diretor de Promoção do Desenvolvimento Sustentável da FUNAI, Artur Nobre. Nobre levantou a contribuição dos índios na luta contra o desmatamento e a emissão de carbono.
Ana Cláudia Gesteira, do Programa de Desenvolvimento Territorial de Furnas, falou sobre os desafios que a empresa enfrenta na implantação de seus empreendimentos e a sua responsabilidade social que ela tem sobre o impacto ambiental que ela pode causar. Um exemplo citado foi a desativação do Aterro Sanitário de Gramacho, onde famílias que tiravam sua renda do lixo foram afetadas. Segundo ela, uma ferramenta muito importante para o seu trabalho é o Atlas Brasil; ele é essencial para mapear as cidades e identificar as suas necessidades.
Pedro Vilella, da Eletrobras, exemplificou as falas de Nobre e de Gesteira mostrando a contribuição dos índios caiapós para a preservação do Xingu. A relação que a empresa tem com os índios surgiu por conta da construção de uma usina hidrelétrica na bacia do Rio Xingu. Segundo ele, esse é um projeto um tanto controverso, justamente por causa do impacto ambiental que ele causa. Por conta disso, fizeram uma parceria com o FUNAI e outras diretrizes indígenas na região, onde a empresa se compromete na fiscalização e proteção dos territórios, valorização cultural, investimento em barcas, campanhas pelo bem-estar dos índios, entre outros.
A secretária Nacional de Proteção e Defesa Civil, Maria Cristina, fez uma apresentação sobre a gestão de riscos e desastres. “Até os anos 90, havia estratégias apenas para responder desastres, agora também há uma política de se tratar o risco, seja ele natural, biológico, social ou tecnológico”.
Dimitri Guimarães, de Furnas, mostrou os grandes parques de energia renovável que o núcleo possui e falou sobre o Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica voltado para a eficiência energética que a empresa possui.  Logo após isso, Ludmila Diniz, do PNUD, falou sobre a transformação do mercado de eficiência energética do Brasil, com o E3 (Eficiência Energética em Edifícios).
Falando de águas em um contexto local, Jair Kotz, de Itaipu, promoveu o programa Cultivando Água Boa, um projeto socioambiental da usina que visa prevenir as alterações climáticas que põem em risco a sobrevivência humana, diretamente ligada com a água. Adriana Leles, do SANASA, falou de como é importante a articulação entre empresas e sociedade civil para o alcance do ODS 6, Água Limpa e Saneamento.
No contexto ligado ao desenvolvimento sustentável no qual deve ser atribuído e colocado em práticas ensinamentos na rotina de jovens  sobre as ODS que são de suma responsabilidade para todos em especial para essa nova geração, Mônica Villarindo, representante de voluntários da ONU ressaltou em uma entrevista : “ A juventude é fundamental e essencial para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tanto para garantir o futuro, então é muito importante envolver a juventude em todos aspectos dessa transformação.”
Para encerrar o evento, os Jovens Jornalistas passaram uma mensagem emocionante de empoderamento a juventude contando os objetivos do programa, propondo a se engajar por um presente e um futuro melhor. O projeto é fruto da parceria do CIEDS com o Centro RIO+ e busca escrever histórias de mobilização e inovação social em prol do desenvolvimento sustentável visando inspirar outros jovens , criando assim um novo olhar da cidade do Rio de Janeiro focado em experiências da juventude.
Esse seminário é só o primeiro de uma série sobre a Localização dos ODS no Brasil que estará passando pelo país. Assim como “Planeta” foi o assunto dessa vez, os próximos serão voltados para os eixos restantes: Pessoas, Paz, Prosperidade e Parcerias.

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